sábado, dezembro 18, 2010

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro

Uma mensagem de Natal muito singular e acima de tudo muito próxima e familiar, do Bispo da minha Diocese, D. António Francisco dos Santos.
Enfim, coisas da vida ...



quinta-feira, dezembro 16, 2010

O Natal não é quando um homem quiser... e ainda bem

Este artigo da Helena Matos do jornal público de hoje 16 de Dezembro, fez-me de facto reflectir nos presentes que recebemos e que na realidade as meias, os lenços e as cuecas, já raramente fazem parte do "sapatinho". Consequentemente, fiquei com enormes saudades dos meus avós!
Hoje, este "post" é dedicado à minha avó Caçola, à minha avó Ascenção ... obrigado pelas meias e cuecas que me foram dando ao longo dos anos!

Enfim, coisas da vida ...

O Natal não é quando um homem quiser... e ainda bem by Helena Matos - Jornal Público de 16/12/20010

Não sei quando começou esta mania de que o Natal é todos os dias. Era mesmo o que nos faltava! O Natal só é Natal porque é só uma vez no ano. Em boa verdade se às vezes se pudesse fazer de conta que em vez de ser para a semana era para o mês que vem, dava um jeito tremendo. Nesta fase do quase Natal, como de costume ainda não tenho presépio, as compras estão por fazer e este ano, para cúmulo, não arranjo açúcar. Imaginar este desassossego todos os meses é um exercício de masoquismo só comparável aos anúncios de Natal que pretendem ter graça, como aqueles que este ano viraram as suas atenções para as peúgas. Coitadas das peúgas que estão definitivamente out, face aos telemóveis que estão in.
Para lá da óbvia questão sobre o quanto gastarão em presentes as pessoas que fazem estes anúncios existe um outro dado a ter em conta quando se faz ironia sobre os presentes de peúgas: não só fazem falta como o primeiro sinal de que estamos a envelhecer nos chega naquele Natal em que já não existem as pessoas que até então nos enchiam de meias de lã, luvas e pijamas muito aconchegados. Ou que nos faziam pegas coloridas com o fio com que nos cafés selavam os embrulhos das caixas de bolos. Telemóveis há muitos e renovam-se com facilidade. As tias, avós e madrinhas (são sempre mulheres, não é?) que nos dão peúgas é que desaparecem e não têm contrato de substituição.

terça-feira, dezembro 14, 2010

Reflexão de Advento II

Dá Senhor à nossa vida a Tua sabedoria.
Ajuda-nos a jejuar das palavras que Te escondem, das palavras onde o amor não emerge, das palavras confusas, extenuadas, atiradas como pedras ou como alarde, das palavras que muralham a comunicação, das palavras que nada mais permitem senão palavras.
Que o nosso coração se abra ao silêncio activo e comprometido que é a marca da hospitalidade verdadeira, a marca do Advento verdadeiro.
Dá-nos a força de insinuar, nos invernos gelados que interiormente vivemos, o ramo verde, a inesperada flor, o irreprimível convite que Tu fazes ao nosso renascer.

Texto: José Tolentino Mendonça
Desenho: Rui Aleixo

segunda-feira, dezembro 13, 2010

O Diário do Professor Arnaldo – A fome nas escolas

Mais uma história dramática que se passa aqui em Portugal, não é um relato de um qualquer país da África subsariana. Não podemos, nem devemos ficar indiferentes ...
Enfim, coisas da vida ...

O Diário do Professor Arnaldo – A fome nas escolas

Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.
Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.
De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila – oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.
Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas…
Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.

sábado, dezembro 11, 2010

15º DIA DO ADVENTO DO NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS

Neste 15º dia do Advento, iremos realizar uma aventura dividida em 5 “etapas”, aceitas o desafio?


PRIMEIRA ETAPA – a aventura de João!

EVANGELHO DO III Domingo do Advento (Ano A) Mt 11,2-11

Naquele tempo, João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo e mandou-Lhe dizer pelos discípulos: «És Tu Aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?». Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo». Quando os mensageiros partiram, Jesus começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Então que fostes ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontram-se nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais que profeta. É dele que está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, para te preparar o caminho’. Em verdade vos digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».


SEGUNDA ETAPA – nas profundezas do Evangelho!

Para melhor compreender o Evangelho deste Domingo, permite-me uma sugestão: vai até ao sítio da Diocese de Aveiro (http://www.diocese-aveiro.pt/boanova.asp) e aí poderás ler o comentário bíblico que o padre Franclim Pacheco tão magnificamente redigiu. Esta leitura e meditação ajudar-te-à certamente a perceberes melhor o Evangelho e aquilo que Deus te quer transmitir hoje.


TERCEIRA ETAPA – na descoberta dos Teus sinais!

A nossa fé não nasce no vazio. Há sinais, pequenos e grandes, que nos sugerem a presença de um Deus terno, próximo de nós. Para crescer na fé tens de procurar os sinais. E o maior é o amor. A coragem daqueles que amam sempre, mesmo nesta cultura de violência e indiferença. Os gestos de perdão, de amor gratuito, que só se explicam pela presença de Deus na vida das pessoas. A capacidade de servir os outros sem esperar recompensa. O empenho de transformar uma sociedade injusta numa casa acolhedora para todos.


Eu quero louvar-te, Senhor, pelos sinais de bondade que puseste no meu caminho.

Que me ajudam a perceber a imensidão do amor que me tens.

Que me convencem que a minha vida tem valor.

Que me mostram que não estou sozinho diante das minhas dificuldades.

(cfr. In Rezar no Advento, ed. Salesianas)


QUARTA ETAPA – A FESTA !



QUINTA ETAPA – A PARTIDA !

O símbolo que o secretariado da educação cristã da Diocese de Aveiro sugere para esta semana que agora se inicia, a IIIª semana do Advento, é a sineta.

A sineta simboliza o anúncio da boa notícia da presença no meio de nós de um Deus amor, próximo de todos nós e de todas as pessoas de boa vontade.

Uma boa notícia que não pode ficar silenciada pelos ruídos da violência e dos ódios, da indiferença e do comodismo.

A Boa Nova da chegada do Deus-menino pede-nos gestos e palavras de amor e perdão, de verdade e justiça de modo a construir uma sociedade acolhedora para todos.

Não percas tempo, porque o tempo corre …



Espero que esta viagem que te propus tenha sido proveitosa e acima de tudo que te tenha ajudado a estares mais próxim@ DELE!

Amanhã iremos caminhar no Advento com o Arco-Iris da Maria

A Vela: uma luz por Anselm Grün

A Vela: uma luz

Durante o Advento, gostamos de nos sentar diante de uma vela acesa, procurando encontrar, na sua luz, a paz. As velas, os castiçais, exerceram, desde sempre, sobre os homens uma atracção particular. A sua luz é cheia de doçura. Ao contrário do néon, cuja luz é tão crua, a luz da vela só ilumina o espaço à nossa volta, deixando tudo o resto na penumbra. O seu brilho difunde-se num ameno calor. Não se trata de uma fonte de iluminação artificial que deve expandir-se igualmente sobre todas as coisas. Pelo contrário, a luz da vela possui, na sua essência, as qualidades do mistério, do calor, da ternura. À luz da vela podemos olhar-nos a nós próprios; percebemos então, com um olhar mais doce, a nossa realidade, muitas vezes tão dura. Esta doçura dá-nos coragem para nos vermos tal como somos, e para assim nos apresentarmos diante de Deus. Podemos então aceitar-nos a nós mesmos.

A luz da vela não ilumina apenas, ela também aquece. E, além disso, com o seu calor, traz o amor para o nosso espaço. Preenche o nosso coração com um amor mais profundo e mais misterioso do que o dos seres aos quais nos sentimos unidos: um amor que provém de uma inesgotável fonte divina, um amor que não é frágil como aquele que trocamos entre nós, humanos.

Se deixarmos que essa luz penetre no nosso coração, podemos então sentir-nos plenamente queridos, com um amor que torna tudo, em nós, digno de ser amado.

É, afinal, o amor de Deus que vem até nós nesta luz da vela. A luz nasce da cera que arde: imagem de um amor que se consome. Ela dura enquanto dura a cera, sem pretensões de economia. No entanto, é preciso, por vezes, diminuir a mecha, sem o que a chama pode subir demasiadamente alto e espalhar a fuligem à sua volta. Há também uma forma de amar demasiadamente intensa, na qual nos esgotamos de modo excessivo. Um tal amor não faz bem, nem a nós próprios nem aos outros, que são sensíveis ao que nele há de “fuligem”: as intenções subjacentes, o excesso de vontade, o artifício, tudo o que faz com que esse amor não traga luz aos outros, mas antes obscuridade.

A vela compõe-se de dois elementos.

Há em primeiro lugar a chama, símbolo da espiritualidade que se eleva até ao céu. Conta a lenda que a oração dos padres do deserto transformava os seus dedos em chamas de fogo. A vela que arde é pois uma imagem da nossa prece. Assim os peregrinos gostam de acender, uma vez chegados ao fim da sua viagem, um círio que colocam no altar ou diante de uma estátua da Virgem, persuadidos de que a sua oração durará enquanto durar a chama. Esperam deste modo que a oração possa trazer luz às suas vidas e ao coração daqueles por quem acenderam o círio.

O segundo elemento da vela é a cera que se consome. Para a Igreja dos primeiros tempos, a vela, o círio, era, por isso mesmo, um símbolo de Cristo, Deus e homem ao mesmo tempo. A cera é a imagem da sua natureza humana que ele sacrificou por amor a nós, e a chama é a imagem da sua divindade. As velas que acendemos durante o Advento e no Natal lembram-nos assim o mistério da Encarnação de Deus em Jesus Cristo.

Nessa vela, é o próprio Cristo que se torna presente entre nós, e é ele que, com a sua luz, ilumina a nossa casa e o nosso coração, e os aquece com o seu amor. E é precisamente através da sua natureza humana que resplandece a natureza divina de Jesus. A vela mostra-nos pois, também, o mistério da nossa própria encarnação. Através do nosso corpo, é Deus que deseja fazer brilhar a sua luz neste mundo. Desde o nascimento de Jesus que ela brilha em cada rosto humano.

A ti que me lês, desejo que leves a muitos outros seres, durante o Advento, uma luz que ilumine, com doçura, tudo aquilo que eles prefeririam não ver neles próprios. Tornar-te-ás então, para eles, tal como a vela, uma fonte de vida e de amor.

Anselm Grün

Curta Meditação sobre as Festas de Natal

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Natal no Iraque

Imagine-se, de hoje a 15 dias, sem poder sair de casa para ir à Igreja celebrar o Natal. E que, mesmo dentro casa, reunido com a sua família e amigos, poderá perder a vida… só pelo simples facto de ser cristão.
Pois é disso mesmo que, neste momento, têm medo os católicos iraquianos.
Hisham tem 29 anos e já recebeu duas ameaças de morte, por se recusar a abandonar o país. Wasim, com 67 anos, sente-se isolado e pensa seriamente em emigrar para a Síria, com medo que raptem a sua filha, jovem universitária. Shimoun, com 25 anos, continua a ter pesadelos desde o ataque sangrento à catedral e tenta resistir às pressões da família para emigrar para a Jordânia. Senah, com 69 anos, vive em Bagdad e é uma professora reformada.

Testemunha que a sua vida se resume a duas palavras: medo e esperança. Medo, por causa da Al-Qaeda e das suas milícias, que há muito definiram os cristãos como alvo a abater, e esperança pelo amor que tem à terra onde nasceu e pelo pedido que, nestes dias, fez chegar até nós.

“Este Natal será uma grande provação para os cristãos que aqui ficaram”, disse ela. “Peço aos nossos irmãos no estrangeiro que não se esqueçam de nós. Precisamos muito de sentir a vossa companhia”.

fonte: Aura Miguel RR on-line 10-12-2010 07:33

De facto, temos mesmo de repensar o nosso Natal ocidental pois existem muitos cristãos por este mundo fora que estão impossibilitados de o celebrar!
enfim, coisas da vida ...

terça-feira, dezembro 07, 2010

Oração de Advento

Em jeito de oração da manhã:

Dá-nos Senhor, neste Advento, a coragem dos recomeços.
Não nos deixes acomodar ao saber daquilo que foi:
dá-nos largueza de coração para abraçar aquilo que é.
Afasta-nos do repetido, do juízo mecânico que banaliza a história,
pois a priva de surpresa e de esperança.
Torna-nos atónitos como os seres que florescem.
Torna-nos inacabados como quem deseja.
Torna-nos atentos como quem cuida.
Torna-nos confiantes como os que se atrevem
a olhar tudo, e a si mesmos, de novo
pela primeira vez.

José Tolentino Mendonça
Fonte: SNPC
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