segunda-feira, agosto 07, 2006

3 euros ?

Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, perguntou ao pai, quando chega a casa do trabalho:
- Quanto ganha o pai por hora?
O pai, num gesto severo, respondeu:
- Escuta aqui meu filho, isso que perguntas nem a tua mãe sabe. Não me aborreças... estou cansado.
Mas o filho insiste:
- Mas, pai, por favor, diga-me quanto ganha por hora.
A reacção do pai foi menos severa e acabou por responder:
- Três euros por hora.
- Então poderia emprestar-me um euro?
O pai, cheio de ira, e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então, é essa a arazão de quereres saber quanto eu ganho. Vai dormir e não me aborreças mais.
Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia contecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse de comprar algo importante para ele.
Querendo descarregar a sua consciência dorida, foi até ao quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, estás a dormir?
- Não, pai - respondeu o garoto sonolento e choroso.
- Olha, aqui está o dinheiro que me pediste: um euro.
- Muito obrigado, pai! - disse o filho levantando-se e retirando mais dois euros de uma caixinha que estava junto da cama.
- Pai, agora já completei!... Tenho três euros! Poderia vender-me uma hora do seu tempo?

Por vezes coloco "coisas" no meu blog, apenas para que não me esqueça delas e porque sei que ficam memorizadas e eternizadas neste meu pequeno espaço. Neste caso para que nunca me esqueça de guardar tempo para o meu filhote e para a minha mulher. AMO-VOS MUITO !!!

Enfim, coisas da vida !

sexta-feira, agosto 04, 2006

Entrevista: “Não vejamos no outro um inimigo, mas sim um ser igual a nós”

Entrevistámos António Marcelino, Bispo de Aveiro, a propósito do lugar da igreja católica na sociedade actual. A importância do voluntariado como novo símbolo de prática cristã no mundo actual e a posição da igreja face a alguns assuntos que a sociedade denomina de dogmas, foram alguns dos assuntos abordados.

"Os pais, ainda que perturbados, querem o melhor para os seus filhos"
Moliceiro.com - A diocese de Aveiro tem muitos crentes?

António Marcelino (AM) - A prática religiosa tem sempre um índice que podermos apreciar. Há muita gente que tem prática religiosa de culto, mas muito menos que no passado, principalmente nas faixas etárias mais jovens. Contudo, a diocese de Aveiro tem uma prática religiosa habitual. É uma região do país de grande marca cristã. No baptismo atinge quase cem por cento. Na prática dominical anda à volta dos 30 por cento. O que é bom no conjunto do país. Há muitos fenómenos, que explicam esta diminuição. Hoje em dia há menos casamentos, mesmo civis. Há mais uniões de facto. O matrimónio requer um sentido de estabilidade, que advém das pessoas que o constituem, dos filhos que geram, do contexto em que vivem. Mas há vários índices positivos da prática da vida cristã. Actualmente há mais gente empenhada apostolicamente. Aumentou o número de voluntários ao serviço da igreja, em todos os aspectos. E isso é um dado religioso que muitas vezes as pessoas não se apercebem. O voluntariado é uma força que está na sociedade, por isso gosto de o sublinhar, porque comprova que a prática religiosa não é só ir à missa.
Moliceiro.com - Isso significa que, embora, as pessoas estejam afastadas das práticas religiosas, optam por dedicar o seu tempo a ajudar os outros?

AM - As pessoas que vão à missa também são voluntárias. Agora há outras pessoas voluntárias que não têm prática cultoal (de ir culto), mas que descobriram outra dimensão religiosa nas suas vidas que é fazer bem aos outros.
Moliceiro.com - Estas mudanças estão ligadas a um mundo actual?

AM - Nós podemos encontrar sempre muitas razões. Todas elas não sendo exclusivas, são complementares. É evidente que quando pensamos na ocupação da mulher com o horário profissional, temos que compreender muitos dos aspectos que antes eram habituais, como é o caso do culto religioso. Por outro lado, a sociedade actual é secularista, laicista, facilitadora. Tudo de passagem, nada definitivo. A acção religiosa é permanente na vida de pessoas coerentes e com motivações e é um problema para os mais novos, cada vez mais dispersos e com um maior leque de informação.
Moliceiro.com- Há, por isso menos crianças a seguir a catequese?

AM - Isso não. Os pais, ainda que perturbados, querem o melhor para os seus filhos. As nossas catequeses não diminuíram o número de crianças. Os pais querem mesmo que elas sigam a catequese. Os que não o fazem são uma minoria implementada nas. Isso pode acontecer nas maiores cidades. A grande maioria dos pais, mais de 90 por cento, opta por educar os filhos na catequese.

Crise de vocação religiosa?
Moliceiro.com - E os jovens aderem muito a grandes encontros católicos.

AM - O mundo dos jovens é mais religioso do que se possa imaginar. É um mundo simbólico, momentâneo, de entusiasmo. Por isso, as multidões. Os jovens cultivam-se em grupos e exprimem as suas próprias opções em multidão. Não quer dizer que todos tenham igual convicção e que voltem de lá convertidos. O fenómeno da conversão é lento, desenvolve-se passo a passo. Os jovens que cresceram marginais à igreja, mantêm essa marginalidade, ou até se vão reencontrando. Há outros que crescem no seio da igreja e que se vão afastando, por razões meramente pessoais, grupo de amigos, factores de ordem ideológica.
Moliceiro.com - Os grupos de jovens podem ser considerados locais de ocupação de tempos livres e de encontro com amigos?

AM - Os jovens de hoje não precisam muito de ter encontros organizados pela igreja para poderem conviver. O mundo da sua convivência vai desde a discoteca ao café. É um muito variado. Quando ando em visitas pastorais e faço encontros com os jovens, costumo falar com eles de assuntos diversos e não só sobre a igreja. Ouço os problemas que os preocupam e tento orientá-los e motivá-los.
Moliceiro.com - Será que encontram ali a compreensão e atenção que falta em casa?

AM - Muitas vezes acontece isso. Os jovens têm crises variadas e as mais inesperadas. Uma crise religiosa num jovem pode vir de uma desilusão amorosa. O problema que enfrentam naquele momento parece que vai acabar com o mundo. O importante é que os jovens tenham alguém que os possa ajudar, aconselhar e mostrar que a vida tem sempre dificuldades, para que possa ter êxito. Nesse aspecto, escolas como o escutismo são muito importantes, na aprendizagem em comum, no trabalho de equipa e no desenvolvimento do espírito pela natureza.
Moliceiro.com - E quanto à vocação religiosa. Há mais jovens a seguir este caminho?

AM - A tradição da igreja do ponto de vista de vocações começava em crianças. Eu fui para o seminário com 12 anos. Hoje só recebemos no seminário a partir do 10º ou 12º anos, ou até já com curso feito. Tenho um exemplo de um seminarista, que já tirou o curso de História há uma série de anos e está agora a seguir teologia. Actualmente, Há uma paisagem de compreensão dos problemas vocacionais diferente. Não temos de estranhar a dificuldade e a diminuição dos jovens na vida sacerdotal ou religiosa, porque o mesmo acontece relativamente à ordem matrimonial. O matrimónio também é uma vocação, porque exige cuidados, disposições para o diálogo, compreensão e partilha. Factores que a sociedade de hoje não tem. Noivos, casados há pouco tempo separam-se logo de seguida. Esta superficialidade do mundo actual leva as pessoas a ter dificuldade em considerar vocações que têm um sentido de permanência. No mundo do emprego encontramos pessoas que já passaram por vários sítios voluntariamente. Outras têm uma formatura e decidem seguir outra diferente. A instabilidade ou a pluralidade de opções leva a que muitas pessoas tenham sempre dificuldade em se dar ao permanente.
Moliceiro.com - A sociedade coloca muitas culpas aos “dogmas” da igreja. Alguns jovens afirmam querer ser padres e não o fazem devido às exigências do cellibato.

AM - Quando uma pessoa tem convicções profundas, não tem medo de nada. Quando não tem convicções profundas, começa a ter dificuldades e medos. Se a pessoa sabe que a sua opção sacerdotal é uma opção de fé, ela avança, enfrentando as dificuldades. Quando a sua escolha tem tantos receios e questões, significa que a grande motivação para o sacerdócio ainda não existe. A questão não está no facto de ser ou não padre, poder ou não casar, mas sim de entregar a minha vida toda ao serviço dos outros, sem outra consciência e responsabilidade que não seja o compromisso para com eles. Certamente que as pessoas não compreendem assim, porque o problema daqueles que não vão para a frente por força da exigência do celibato, é sinal que o sacerdócio ainda não os apaixonou. O sacerdócio não é uma realização meramente pessoal, é um dom que sente e se entrega aos outros. Isso compensa tudo. Podemos enfrentar dificuldades, mas passar um dia inteiro ao serviço do próximo é uma coisa maravilhosa.

"As pessoas negam-se ao diálogo facilmente"
Moliceiro.com - As pessoas já não aceitam o ponto de vista católico?

AM - Hoje em dia, cada pessoa acha que tem sempre razão naquilo que quer e naquilo que diz e não aceita qualquer espécie de confronto. Por isso, a sociedade é pobre. Ser tolerante é respeitar as opiniões e somá-las para nos enriquecermos. As pessoas negam-se ao diálogo facilmente. Isto significa a perda de uma das dimensões mais fundamentais da sociedade - a relação.
Moliceiro.com - Mas a sociedade acusa a igreja de não mudar de opinião relativamente a certas questões?

AM - E eu pergunto: porque é que discutem mais as coisas da igreja? Porque se vão a uma repartição, podem dizer o que quiserem, mas têm de cumprir a lei. Na igreja não é assim. A igreja não dá sanções. É mais dialogante. Tudo o que é mudança para mais comodidade, é bom, quando não, é mau. A igreja não tem que mudar o essencial, porque este não muda, mas sim a linguagem para as pessoas perceberem o que é essencial e imutável.
Moliceiro.com - Acha que as pessoas vão voltar a aproximar-se da igreja católica?

AM - Há sempre possibilidade. A pessoa humana é o mais misterioso dos seres.
Moliceiro.com - Significa então que “as pessoas só se lembram de Santa Bárbara quando troveja”?

AM - Isso também corresponde ao que é o dia-a-dia. Eu só vou ao médico quando tenho uma dor. As situações são sempre apelos a determinado tipo de manifestações. Há muitas pessoas que não vão à missa, mas quando chega a altura de organizar as festas religiosas, são as primeiras a oferecer-se. Porque querem que a tradição se mantenha. O mundo religioso é misterioso e temos sempre que acreditar. E Deus dá ocasiões às pessoas para se encontrarem. Conheço pessoas que jamais tinham pensado em ir à igreja, e hoje vão, por uma doença, desastre, ou por conversa com um amigo. Quem diz que isso não pode acontecer até ao fim. O apelo de Deus faz parte da nossa própria natureza e não se apaga.
Moliceiro.com - Que mensagem gostaria de deixar para o ano de 2006?

AM - Os anos são todos iguais. Somo nós que os construímos. Há anos que trazem desastres naturais e as pessoas sobrevivem. O que eu digo às pessoas é: estejam vivas no tempo. Não deixem que o lugar que ocupam seja ocupado por outros. O bem comum constrói-se com esforço. Todos temos muito de bom, mas é preciso desenvolver. Olhemos uns para os outros sem preconceitos. Demos a mão sem preconceitos. Não vejamos no outro um inimigo, mas sim um ser igual a nós. Dar a mão ao outro não significa que concordamos com tudo o que ele diz e faz. É importante a sua pessoa, do que a sua opinião ou atitude

retirado do site: http://www.moliceiro.com/
em 28.7.2006

Transcrevo aqui na integra a entrevista que o Bispo de Aveiro, D. António Marcelino deu à rádio Moliceiro. Destaco uma frase que acho relevante e de uma importância extrema "A igreja não tem que mudar o essencial, porque este não muda, mas sim a linguagem para as pessoas perceberem o que é essencial e imutável.".
Se olharmos e estudarmos bem esta frase poderemos verificar que é precisamente esta acção evangelizadora com nova linguagem e novos métodos que é necessária fazer na sociedade actual.
Uma grande entrevista (apesar de pequena) a um grande homem e um enorme pensador e pastor da Igreja em Portugal. Bem haja, D. António Marcelino.

Enfim, coisas da vida ...

sexta-feira, julho 21, 2006

Sentimento de dor e gratidão

Soube agora mesmo da morte de uma pessoa que já considerava minha amgia, apesar de com ela ter convivido pouco tempo. Já nos tinhamos falado várias vezes em assuntos de índole diocesana, mas conhecia pessoalmente e amigamente para a preparação do dia diocesano 2006. Sinceramente fiquei marcado pela sua disponibilidade, amizade, companheirismo, entrega, alegria e vontade de mudar o mundo e esta "Igreja" da qual todos fazemos parte.
Quando me telefonaram a comunicar fiquei sem palavras e ainda tenho o estomago a fazer aquele "nó".
Claro que estou transtornado e triste pela perda de um amigo e de uma pessoa que muito tem dado à Igreja, mas e principalmente à sua família (mulher e filhos), também eles empenhados na sociedade.
Por outro lado dou graças a Deus pela sua presença marcante na minha vida e rezo para que Lhe dê a vida pela qual todos "lutamos" - a vida eterna. Que tenho a certeza que o Urbano já se encontra a cuidar desta Igreja que ele deixou físicamente, mas que espiritualmente continuará a lutar para que ela mude e seja mais humana e mais solidária com todos.

Para a família (Elisa e filhos) deixo aqui os meus mais sinceros pêsames, e que a graça de Deus na sua infinita bondade os abençoe, os ilumine e lhes dê força para continuar - FORÇA !!!

Por tudo isto e muito mais que poderia dizer,

Obrigado Urbano um adeus e até breve ;)

Enfim, coisas da vida ....

terça-feira, julho 18, 2006

Tribunal decide hoje se pedófilos podem criar partido político

Holanda (Haia), 17 Julho.
Um tribunal do distrito de Haia decide hoje se um grupo de pedófilos assumidos tem o direito a formar um partido político, no mais recente teste à tolerância na Holanda.
Oponentes à formação do partido pediram ao Tribunal do distrito de Haia para não deixar o partido apresentar-se às próximas eleiçõeslegislativas, marcadas para 22 de Novembro, alegando que as crianças têm o direito a não ser confrontadas com a existência do partido.
O PNVD, iniciais para Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade, defende a legalização de relações sexuais entre adultos e crianças com mais de 12 anos.
O anúncio da existência do partido em Maio último gerou uma onda de revolta, mas o ministério Público recusou acusar os membros doPNVD alegando que esta decisão poderia constituir uma ameaça à ordem pública.
Um advogado dos oponentes do PNVD, Anke de Wijn, defendeu que os pedófilos estão a abusar da tolerância holandesa.Qualquer que seja a decisão de hoje do Tribunal distrital deHaia, o partido não parece ter hipóteses de obter um lugar que seja no Parlamento porque, segundo as sondagens, não obteria mais que1.000 votos, muito aquém dos 60.000 votos necessários para a eleição de um deputado no Parlamento holandês.
A idade mínima legal de consentimento de relações sexuais de crianças com adultos varia conforme os países, sendo na Holanda e na maioria dos países da União Europeia de 16 anos.
No Canadá, por exemplo, a idade permitida é de 14 anos.
Noticia: Agência Lusa
E depois disto, o que é que se seguirá? um partido de assassinos, pedindo a legalização da morte por assassinato? um partido de ... sei lá ! Sinceramente ainda estou sem palavras para classificar tamanha aberração. Mas por outro lado, vindo da Holanda quase já nada me espanta. Quem semeia ventos, colhe tempestades. Já diz o povo.
Enfim, coisas da vida ...

segunda-feira, julho 17, 2006

Oração de um menino...

Um menino meditando enquanto rezava, concluiu:
Senhor, esta noite te peço algo especial…
Me transforme em um televisor.
Queria ocupar seu lugar.
Queria viver o que vive a TV da minha casa.
Ter um quarto especial para mim e reunir todos os membros de minha família ao seu redor.
Ser levado a sério quando falo.
Poder ser o centro das atenções, que todos querem escutar sem interromper nem questionar. Queria sentir o cuidado especial que recebe a TV quando algo não funciona...
E ter a companhia de meu Pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado do trabalho. E que minha Mãe me busque quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me.
E ainda que meus irmãos “briguem” para estar comigo...
E que possa divertir a todos, mesmo que às vezes eles não digam nada.
Queria viver a sensação de que deixassem tudo para passar alguns momentos ao meu lado.
Senhor, não te peço muito.
Só viver o que vive qualquer televisor...
(autor desconhecido)

Como eu queria conhecer este autor, que para mim é um autêntico mestre e sábio.

Enfim, coisas da vida ...

terça-feira, maio 30, 2006

Visita do Papa Bento XVI à Polónia

Inicio do discurso do Papa Bento XVI em pleno campo de concentração de Auschwitz, na sua visita à Polónia - Maio de 2006.
"É quase impossível falar neste lugar de horror, onde se acumularam crimes contra Deus e a Humanidade sem paralelo na História - e é especialmente difícil para um cristão, um Papa que vem da Alemanha.Neste lugar, as palavras faltam e só nos resta um silêncio escandalizado. Um silêncio que é um grito interior para Deus: Porque é que ficaste em silêncio? Porque é que conseguiste suportar tudo isto?Neste silêncio, curvamo-nos interiormente perante a multidão incontável de pessoas que aqui sofreram e morreram; este silêncio transforma-se em clamor de perdão e reconciliação, um pedido a Deus, para que não deixe que isto se repita."

Que grande senhor, este Papa! Surpreendeu-me e continua a surpreender-me todos os dias.
Que Deus o abençõe.

Enfim, coisas da vida!

segunda-feira, maio 15, 2006

Seres espirituais ...

"Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, somos seres espirituais passando por uma experiência humana."

Teilhard de Chardin (padre jesuíta, teólogo, filósofo e também paleontólogo francês)

Esta realidade tão concreta e verdadeira, muitas vezes é esquecida mesmo por nós "pessoas da Igreja" - e queremos fazer com que a nossa passagem por este mundo seja marcadamente "física" e como dizia à pouco tempo o Papa, "utilizamos a Igreja para subir na vida" será correcto?

quinta-feira, abril 27, 2006

Desabafo da semana

Uma das coisas que mais me irrita em algumas pessoas que andam no mundo cristão, é só estarem em determinado local para terem uma determinada posição - status

Gente que se move de uma maneira estranha, em busca de uma posição, não são Crentes no Senhor Jesus… São carentes do Senhor Jesus…

Talvez vocês conheçam alguns; eu conheço cada vez mais, infelizmente.

Enfim, coisas muito tristes da vida ...

«A maneira de evangelizar terá de mudar. Continuamos a usar a linguagem de séculos e não verificamos que a Igreja começa a “ficar muda” pois está a usar uma “linguagem morta para falar dum Deus Vivo”.»
in Agencia Eclessia


Esta frase foi proferida por D. Jorge Ortiga na abertura da Sessão Plenária da CEP à cerca de 2 dias atrás.
Será que todos os Bispos ouviram isto? ou estariam ainda distraídos dado que foi logo na abertura dos trabalhos?

Penso que esta falta de voz (mudez), está bem patente e cada vez mais do que diagnosticada, mas o que faltará então para que comece a mudar a maneira de evangelizar? Falta de coragem? Falta de métodos novos? - não me parece

Enfim, já não é mau os problemas serem diagnosticados, o que implica que mais tarde ou mais cedo estes serão olhados de frente e analizadas maneiras de os rebater. Esperemos que essa reacção aos problemas não tarde e que não seja tarde de mais.

Enfim, coisas da vida ...

terça-feira, março 21, 2006

Exortação Pós-Sinodal poderá pedir o regresso do latim

O Papa Bento XVI receberá no mês de Junho a proposta final do Sínodo dos Bispos com vista à preparação de sua Exortação Apostólica Pós Sinodal sobre a Eucaristia. A comissão de 12 cardeais e bispos de todo o mundo presidida pelo Secretário do Sínodo dos Bispos, o Arcebispo Nicola Eterovic, irá reunir-se no mês de Junho para apresentar ao Sumo Pontífice uma proposta final sobre a base das 50 proposições com que concluiu o Sínodo dos Bispos no último mês de Outubro. Segundo uma fonte do Vaticano, a comissão aprovará "uma proposta e um esquema de reforma litúrgica", que se tornará pública na Exortação Apostólica que o Santo Padre publicará, possivelmente, em Outubro. A exortação apostólica, segundo a mesma fonte que conversou com a ACI Imprensa, incluiria um convite a um maior uso do latim na oração diária da Igreja e na liturgia – excluída a liturgia da Palavra –; assim como nas Missas massivas e internacionais. A exortação também alentaria a dar um espaço maior ao canto gregoriano e à música polifónica clássica; à eliminação gradual do uso de canções de origem secular em música ou letra, assim como de instrumentos "inadequados para o uso litúrgico" como a viola eléctrica ou a bateria; embora dificilmente os instrumentos sejam mencionados especificamente no documento. Finalmente, o Papa faria um convite à celebração da Eucaristia com mais decoro e sobriedade litúrgica, excluindo danças e, no que for possível, os aplausos".
Fonte: ACIDigital

Ora aqui está umas das possíveis conclusões do passado sínodo dos Bispos.
Leiam, releiam (como eu tive de fazer) e mesmo assim ficar de boca aberta com tamanha falta de bom senso (isto para não escrever outra palavra menos bonita). Sinceramente, eu acho que isto não deve ser bem assim, não acham?

enfim, coisas da vida ...

segunda-feira, março 20, 2006

EM ESPANHA ontem foi dia do progenitor A ou B???!!!

"O arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, qualifica na sua carta desta semana de «ridículo» ter substituído no registro civil os termos «pai» e «mãe» por «progenitor A» e «progenitor B», respectivamente.
Segundo informou Aván, o prelado adverte que «quem se dedica a anular a identidade familiar, quem está fazendo desaparecer o significado jurídico e social de “ser pai” e de “ser mãe” está pondo sua mensagem ideológica para destruir a sociedade familiar e, com ela, a própria sociedade».
Como conseqüência da lei que permite as uniões entre pessoas do mesmo sexo, incluindo a adopção de crianças, o Boletim Oficial do Estado estabelece com uma ordem do Ministério de Justiça a criação de um novo formulário de livro de família, no qual se utilizarão os termos «progenitor A» e «progenitor B» em lugar de «pai» e «mãe».
Para Dom García-Gasco, «a legislação espanhola em matéria de matrimônio e família é cada dia mais mentirosa, sectária e radical» e, também, «falta à verdade do ser humano e à própria natureza». Em sua carta pastoral, o arcebispo convida as famílias a «romper silêncios absurdos», porque «queixar-nos ou rirmos dos escândalos políticos anti-familiares não basta», e anima a considerar o V Encontro Mundial das Famílias como «uma ocasião privilegiada para que as famílias de todo o mundo manifestem sua iniciativa e sua solidariedade»."
Fonte: Zenit!


Não acham um bocado estranho, tudo o que se está a passar em Espanha? ou será só uma má impressão minha?
Será que estas ondas de pseudo-modernismo não irão chegar ao nosso Portugal?
Sinceramente, temos de nos preparar mentalmente para estas mudanças culturais e completamente disparatadas.

Enfim, coisas da vida ...

quinta-feira, março 16, 2006

CARTA ABERTA DE REVOLTA E INDIGNAÇÃO

Aveiro, 16 de Março de 2006

Caríssimos,
Desculpem este desabafo, mas hoje, pela primeira vez, senti vergonha de ser um cidadão Aveirense e não por razões económicas, culturais, mas sim por uma questão de dignidade da pessoa humana - falta de humanidade.
Quando estava a folhear o jornal como o faço logo pela manhã, deparei-me com a notícia que a seguir transcrevo.
Ainda estou a "ferver" por dentro com a desumanização que já está patente na cidade dos canais - tão pacata e simples como muitos apelidam mas que para mim, deixou de o ser.
E questiono-me como agente da pastoral onde é que se encontra no meio disto tudo a Igreja?
Onde é que estamos a falhar, numa sociedade com 93% de pretensos católicos mas, como dizia o jornalista Joaquim Franco da SIC, católicos não-cristãos*. Dado que, quase de certeza daqueles que presenciaram a cena, alguns até vão à missa todos os domingos e andam a "bater no peito" como pecadores tão arrependidos, e depois assistem à "queda de Cristo" em plena rua e nada fazem, olham para o lado como se nada fosse.

Como nos fala o evangelho deste próximo domingo (Jo 2, 13-25), Cristo que se transforma e afirma como o "novo templo" que pode ser derrubado mas se levanta passados 3 dias, ou seja, nunca pode ser destruído porque venceu a morte e o mal, pede-nos que sejamos nós agora nos nossos dias, essa presença viva dEle no meio da sociedade. Que os outros consigam ver em nós esse "novo Templo".
Portanto, os cristãos são aqueles que aderiram a Cristo, que aceitaram integrar a sua comunidade, que comeram a sua carne e beberam o seu sangue, que se identificaram com Ele. Membros do Corpo de Cristo, os cristãos são pedras vivas desse novo Templo onde Deus manifesta-se ao mundo e vem ao encontro dos homens para lhes oferecer a vida e a salvação.
Esta realidade supõe naturalmente, para os crentes, uma grande responsabilidade… responsabilidade essa que pelos vistos passa ao lado de muitos daqueles que até vão à missa e se intitulam de cristãos.
Também desses sinto vergonha e peço perdão a Deus por de facto ainda acontecerem estas "falhas" cada vez mais evidentes de falta de amor e carinho pelo próximo que está ali ao nosso lado a ser agredido.

Como é que a palavra de Deus consegue passar despercebida a esta gente?
Será como nos indica S. Paulo também nesta semana, na carta aos Coríntos,
“Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios.
Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens." (I Cor 1, 22-25), ou seja, será que como agentes evangelizadores não seremos muito leves na nossa acção pastoral e tentemos que a linguagem de Deus seja "políticamente correcta" e como tal não produza os efeitos que deveria produzir? retirando-lhe a sua acção menos radical e interpelativa. Penso que ás vezes, o invólucro “brilhante” com que envolvemos a Palavra torna-a mais atractiva, mas menos questionante e, portanto, menos transformadora.

O que é que andamos a fazer? onde é que estamos a falhar?
Sinceramente, será esta a sociedade que andamos a construir?
Pelos visto pessoas presenciaram a cena e já não digo que interviessem em ajuda ao dito senhor, mas ao menos testemunhar?
Que sociedade é esta, que não olha para o outro e vê nele uma pessoa que precisa de ajuda?

Deixo-vos a minha indignação e desabafo em tom provocador mas acima de tudo, em tom de reflexão que acho deverá ser feita pela sociedade civil, mas também e muito pela sociedade "religiosa" (deixem passar o termo) que todos fazemos parte.

Se conseguirem, que tenham uma Santa e feliz quaresma, sempre com os olhos postos na luz Pascal que é renovadora e radical.

Um abraço em Cristo,

Fernando José Cassola Marques

*(in Correio do Vouga de 15/03/2006)

NOTA: Desculpem alguma "gralha" mas escrevi este texto em 15 minutos depois de ter lido o jornal.


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Notícia retirada do Jornal Diário de Aveiro do dia 16/03/2006
Professor agredido e assaltado em pleno dia

Um homem de 47 anos, professor, foi assaltado e violentamente agredido, ontem, pelas 13.30 horas, na Avenida 25 de Abril, em Aveiro, entre a Escola Secundária José Estêvão e a Escola Dr. Mário Sacramento, junto de uma paragem de autocarro.Ao que o Diário de Aveiro apurou junto de uma testemunha que assistiu àquele acto, o indivíduo foi surpreendido por três jovens que, depois de atravessarem uma passadeira daquela avenida a correr, o empurraram para cair. Já no chão, o professor sofreu várias agressões, nomeadamente pontapés, que o deixaram combalido e com a cara ensanguentada.Ao que o Diário de Aveiro sabe, os três jovens tiraram-lhe a carteira e abandonaram-na depois no chão antes de se porem em fuga. O professor terá comunicado à PSP que os assaltantes lhe roubaram 80 euros em dinheiro.Através do Gabinete de Relações Públicas, a PSP lamenta que não haja ninguém que queira testemunhar o acto de violência em causa, mas o Diário de Aveiro sabe que a escassos metros se encontrava um autocarro municipal, na dita paragem, para recolher passageiros. Os que já seguiam no seu interior tiveram a oportunidade de assistir à agressão antes do autocarro partir.
O homem foi assistido pelos Bombeiros Velhos de Aveiro, mas ao que apurámos não careceu de internamento.

enfim, coisas da vida ...
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